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Prêmio Fundação Bunge

Prêmio Fundação Bunge: conheça Hiago Henrique Rocha Zanetoni

24 de setembro de 2024
Hiago Keiny Andrade (129)

Tema: Rastreabilidade na produção de alimentos: segurança alimentar, capacitação e redução de assimetrias regionais

Categoria: Juventude

Premiado: Hiago Henrique Rocha Zanetoni

“Devo minha formação ao ensino público de qualidade e estou feliz por desenvolver uma pesquisa que vai servir à sociedade.”

Aos 31 anos, Hiago Henrique Rocha Zanetoni, professor da Universidade Federal de Rondonópolis (MT), foi agraciado como prêmio Fundação Bunge 2024, na categoria Juventude, dentro do tema “Rastreabilidade na produção de alimentos: segurança alimentar, capacitação e redução de assimetrias regionais”. A premiação contempla a linha pesquisa desenvolvida a partir de seu doutorado, que investigou e desenvolveu a aplicação da tecnologia blockchain como fins de rastreabilidade para as cadeias produtivas do agronegócio. 

“Vejo a premiação como o ponto culminante dos anos dedicados ao estudo. Enxergo também um reconhecimento dos que estiverem ao meu lado nessa jornada: colegas, pesquisadores, professores, orientadores. A produção científica é uma obra coletiva e o Prêmio Fundação Bunge ajuda a dar visibilidade a uma instituição nova, a Universidade Federal de Rondonópolis, mostrando que existe pesquisa além dos grandes centros “, diz ele.

Pode-se dizer que a trajetória acadêmica de Zanetoni andou rápido e que Rondonópolis foi determinante nesse percurso. Ele nasceu e cresceu na cidade em que os avós, vindos do Estado de São Paulo, escolheram para tentar a sorte na lavoura. Tem boas memórias da infância passada entre sítios e fazendas e situa aí a origem do gosto pelo campo. 

Zanetoni, como gosta de salientar, é “fruto do ensino púbico de qualidade do nosso país”. Saiu da escola pública no Ensino Médio para o curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da então Universidade Federal do Mato Grosso, campus Rondonópolis. Em 2015, estava formado e foi trabalhar para uma multinacional do setor agrícola. Depois de dois anos de mercado, achou que era hora de voltar à Academia para aprimorar sua formação.

Ingressou no mestrado da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, onde também faria o doutorado, este defendido em fevereiro de 2022. Um mês depois, em março daquele ano, estava de volta à Rondonópolis, como professor na Universidade Federal onde apenas sete anos antes havia terminado a graduação. “Estar em Rondonópolis, no Mato Grosso, um grande celeiro de produção agropecuária, é um facilitador para as pesquisas na área de ciências agrárias”, avalia.

Essa proximidade estratégica levou Zanetoni a definir o seu caminho como pesquisador. O projeto do doutorado consumiu quatro anos e pode ser dividido em três grandes etapas: estudos que investigaram o interesse do mercado por uma plataforma de rastreabilidade utilizando a tecnologia blockchain; o desenvolvimento da arquitetura da plataforma; e, finalmente, a sua aplicabilidade, quando foi implantada e testada em uma indústria frigorífica e funcionou a contento.

A tecnologia blockchain é um mecanismo que permite o registro digital descentralizado e público de transações de qualquer tipo, que são organizados em blocos conectados uns aos outros numa rede. A tecnologia oferece segurança, transparência e confiabilidade porque as transações são registradas de forma imutável e verificável pelos próprios participantes, sem a necessidade de uma autoridade central. Uma vez que a transação é registrada em um bloco do blockchain, o que significa que foi validada por seus participantes e criptografada, ela não pode ser mais alterada.

Para as cadeias produtivas do agronegócio, a tecnologia possibilita, por exemplo, identificar o histórico de um item desde o início da produção até o consumidor final. Tomando como exemplo um alimento, cada etapa como cultivo, colheita, transporte, armazenamento, distribuição e chegada ao ponto de venda, pode ser registrada em um respectivo bloco do blockchain, permitindo que seja feito o rastreamento de todo o percurso.

Essa informação pode estar disponível para o consumidor, por exemplo, na forma de um QR Code na embalagem do produto. E para o produtor, a rastreabilidade se converte, entre outros benefícios, em subsídio para decisões estratégicas. É possível, por exemplo, extrair dados da plataforma blockchain em forma de relatórios, comparar parâmetros e visualizar a evolução do negócio. “A tecnologia blockchain dá credibilidade às informações, o que confere um diferencial competitivo ao produto agropecuário e, ao consumidor, a segurança de saber o que está adquirindo”, diz Zanetoni.

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